• 05 Jun 2023

Webinar da Monkey debate vantagens e desafios do Risco Sacado no Brasil 

Risco Sacado. A bem conhecida modalidade de operação de antecipação de recebíveis entre pequenas, médias e grandes empresas brasileiras tem se tornado cada vez mais popular no mercado brasileiro de crédito. Foi em torno desse tema central que a Monkey realizou, na segunda-feira, 22 de maio, o webinar “Aspectos jurídicos do risco sacado e o papel da tecnologia na operação”.

Conduzido pelo CFO da Monkey Calil Gedeon, o evento contou com a participação de análise de dois dos maiores especialistas na área: Alexandre Barreto, advogado e sócio-fundador do Cescon Barrieu, e Oscar Malvessi, doutor e professor de finanças e criação de valor da Fundação Getulio Vargas (FGV).   

Objetivo do evento, o segundo webinar sobre tema, foi trazer novamente ao debate a operação de Risco Sacado sob a perspectiva de novos convidados, permitindo que o público acesse informação de qualidade sobre a operação financeira. Por isso, confira uma a seleção de três tópicos extraídos das perguntas e respostas mais importantes sobre o tema durante o evento.   

 

1. As vantagens em uma operação de Risco Sacado em comparação a outras modalidades 

Oscar Malvessi – As operações de antecipação de recebíveis podem ser caracterizadas de algumas maneiras. O que é mais usual é simplesmente a antecipação de recebíveis pelo desconto de duplicata. Ou seja, fazer um contrato de capital de giro diretamente com o banco em que você normalmente dá como garantia, além do valor, 20% ou 30% sobre o valor contratado. Mas existe essa alternativa, vamos dizer mais recente, do Risco Sacado, que está sendo usualmente mais utilizada nos últimos cinco anos. É quando um cliente, que possui crédito mais acessível, proporciona ao fornecedor dele uma linha de crédito. Aqui entra o Risco Sacado. É a possibilidade de o fornecedor conseguir liquidez, antecipando os seus créditos.

Alexandre Barreto – A operação de Risco Sacado oferece a transferência de um ativo, na qual um terceiro que entra na relação entre o fornecedor e a empresa. O fornecedor é o credor e as grandes empresas são os devedores. Então, esse prestador de serviço vende o crédito dele. Recebe um valor, que tem um desconto, mas ele faz uma liquidez imediata geralmente com uma taxa de juros alinhada com o que seria a taxa de juros do devedor original. Às vezes, um pouco mais caro. Às vezes, um pouco mais barato, dependendo da estrutura. Mas há uma exceção efetiva do título. A venda do título, uma vez que esse título teve o aceite da empresa, não há mais dúvida de que ele é devido e de que quem comprar, passa a ser o titular diretamente desse crédito e pode cobrar diretamente da empresa.

Então, quando se pensa em Risco Sacado, a gente imagina uma estrutura muito bem montada, como na Monkey, que já tem mecanismos para prever essa coisa tão importante que é o aceite no título. Então, quando alguém vai adquirir aquele título, já não tem mais dúvida de que a empresa devedora reconhece o título e não vai brigar depois judicialmente dizendo: “esse serviço não foi prestado adequadamente” ou "nunca foi prestado, isso aqui é uma fraude". Então, há um aprimoramento do sistema quando eu tenho o reconhecimento do título. Um terceiro compra e pode fazer essa cobrança direto da empresa, sendo o titular daquela nota, daquela duplicata.

 

2. A segurança do Risco Sacado e a tecnologia na operação

Alexandre Barreto – As pontas são amarradas de uma maneira muito simples. Tenho uma operação que é uma cessão de um crédito e, então, preciso efetivamente de um contrato de cessão de crédito, com a descrição daquele crédito, que está sendo cedido, perfeita no contrato de cessão e a transferência da documentação subliminar para quem está comprando o crédito. Às vezes, isso está tudo em uma plataforma, são todos documentos digitais assinados de forma eletrônica, mas você tem que efetivamente ter uma cessão, uma transferência do crédito da esfera patrimonial do fornecedor para a esfera patrimonial da instituição financeira. Aí a instituição financeira paga por esse crédito com desconto, recebe o crédito e a documentação hábil a cobrar, ou vai ter um agente que fica com a custódia dessa documentação, mas essa documentação dá direito ao banco que comprou o crédito ir contra a grande empresa, ir lá e executar o crédito e cobrar a empresa em uma ação judicial se esse crédito não for pago. Junto a isso com o reconhecimento da duplicata, do instrumento que se refere a prestação de serviço ou o fornecimento do bem, você tem um título que é líquido e certo contra a grande empresa. Então, realmente é uma operação bastante segura.   

 

3. Criação de valor e a operação de risco sacado

Oscar Malvessi – Quando a gente fala em criação de valor, falamos o seguinte: você tem que trabalhar na melhor produtividade do capital possível. Então, se você consegue antecipar, diminuir o seu capital investido e além disso ter, vamos dizer assim, uma taxa boa comparada as taxas de mercado, você está gastando menos. Está economizando no capital investido e, ao mesmo tempo, economizando na taxa que você poderia estar gastando. Então você tem a possibilidade de melhorar o resultado e isso quer dizer criar valor.

Numa proposta, por exemplo, em que fornecedor entra em um programa de risco sacado e vai deixar de receber em 30 dias e passa a receber em 60, podendo antecipar um título a 1,5% ao mês versus a taxa da grande empresa compradora que é em torno de 4% não estando em uma operação de risco sacado, o importante é ter atenção e saber fazer as contas.

Às vezes, as contas simples são simples, mas são nelas que as pessoas se perdem. Então, o objetivo é fazer a conta correta e acompanhar isso no dia a dia vai fazer com que você traga economia para dentro e traga a produtividade do seu negócio, fazendo com que o seu capital de giro custe menos e se ele te custa menos, maior as possibilidades de você ter resultados melhores e criar valor.

 

Quem são os participantes da webinar  

Oscar Malvessi é doutor em Finanças pela EAESP FGV. Com vasta experiência na área de Administração, é Professor de Carreira em Finanças da EAESP FGV, ministra Finanças Corporativas, Valuation, F&A, Project Finance e Criação de Valor nos cursos de Educação Executiva da FGV. Atua em Comitê de Auditoria e Conselho Fiscal. Foi membro da Comissão de Contabilidade e Finanças do IBGC – 2003 a 2021. Além de ser autor de livros, artigos e publicações sobre os temas de Finanças Corporativas.  

Alexandre Barreto é sócio fundador e managing partner do Cescon Barrieu, com atuação destacada nas áreas de Serviços Financeiros, Venture Capital e Tecnologia. Possui mais de 25 anos de experiência na assessoria a bancos, instituições financeiras e fintechs, nacionais e estrangeiras, companhias e fundos de investimento locais e estrangeiros, instituições multilaterais, e outros investidores, envolvendo diversos setores da economia. Tem sido frequentemente indicado como um dos principais advogados no Brasil por Chambers and Partners e The Legal 500. Formado em Direito (LLB) pela Universidade de São Paulo. Mestre em Direito Bancário e Outros Serviços Financeiros (LLM) pela Boston University Law School.   

 


 

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