• 16 Jun 2023

Tudo o que você precisa saber sobre as novas normas de risco sacado

 

O risco sacado é uma operação financeira amplamente utilizada no mercado corporativo, oferecendo às empresas uma alternativa para antecipar recebíveis com base em suas notas fiscais. A simplicidade e praticidade dessa operação fazem dela uma escolha estratégica para otimizar o fluxo de caixa. 

Neste artigo, vamos esclarecer o conceito de risco sacado, entender sua importância para as empresas e explorar as novas regras divulgadas pelo Iasb, que visam padronizar a operação a partir de 2024.

 

O que é risco sacado? 

O risco sacado é uma das operações de crédito mais convencionais entre as empresas. Na prática, a empresa antecipa o valor referente a uma venda com recebimento futuro, utilizando suas notas fiscais como garantia. O risco atrelado a operação é o do cliente, por isso o nome, risco sacado. 

O caso americanas e o risco sacado

O caso Americanas colocou as operações de risco sacado no centro das discussões das empresas de todo o país. A operação usual no universo empresarial ganhou notoriedade, junto a um olhar de grande receio, e sua segurança passou a ser questionada.

Diversas notícias e especulações sobre o assunto colocaram como debate principal qual o direcionamento contábil deveria ser seguido para que as empresas mantivessem a transparência de suas operações. O tema foi amplamente discutido nos mais diversos canais de comunicação.

Eliseu Martins, uma das maiores referências em Contabilidade no Brasil e ex-diretor da CVM, defendeu a operação. “O Risco Sacado foi injustiçado no caso Americanas”. Eliseu também trouxe sua visão sobre a ausência de normas específicas para as operações de risco sacado e observa que mesmo diante disso as empresas já se movimentam em busca de uma demonstração transparente. “Sem dúvida. A ausência de uma norma específica prejudica, sim. Mas as próprias empresas estão buscando dar mais transparência. Já começaram a dar mais clareza para as suas operações quando elas são puras, genuínas de fornecedor, ou quando começa a tomar cara de dívida e se configura endividamento financeiro”. Leia o artigo na integra!

Buscando contribuir com o debate de forma mais robusta, a Monkey transmitiu 2 lives ao vivo no formato webinar, contando com a presença de especialistas nas áreas de contabilidade, finanças corporativas e jurídica. Para se aprofundar no tema, acesse:

 

As mudanças: Iasb divulga as novas normas da operação de risco sacado

As elaborações da padronização, que já eram discutidas há anos pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), foram aceleradas após o caso. Em maio deste ano, aconteceu a divulgação das novas regras para as operações de risco sacado que entram em vigor a partir de 2024. O principal objetivo é estabelecer orientações claras de divulgação da operação nas demonstrações financeiras.

O presidente do Iasb, Andreas Barckow, comentou sobre o objetivo das novas regras em entrevista para a Power Supply. “Os novos requisitos vão tornar as operações com fornecedores mais visíveis e vão permitir que investidores tomem decisões com informações mais precisas sobre como essas transações afetaram as operações da companhia”.

Entre as principais mudanças, será necessário que as empresas adotem critérios mais rigorosos ao classificar e mensurar suas operações de risco sacado, através da avaliação obrigatória de fatores, como a probabilidade de inadimplência, atraso no pagamento e deterioração do crédito. Além disso, realizarão a divulgação detalhada das políticas contábeis definidas em relação às operações.

Procurado pela redação da Power Supply, um diretor da CVM, que optou por não se identificar, emitiu opinião sobre as novas regras.

Na visão do diretor, o caso Americanas trouxe duas críticas à instituição: “Muitos passaram a nos culpar pelo que ocorreu com a rede varejista, mas verificar a veracidade em minúcias das informações divulgadas não é algo que nos compete”, afirmou o executivo. “Estão demonizando a CVM como se fôssemos cúmplices, conviventes, corresponsáveis ou culpados por uma fraude fiscal. É uma injustiça e um profundo desconhecimento das nossas atribuições”. O diretor acredita que a modernização das regras da operação auxiliará a retomar a credibilidade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Leia a matéria na integra!

Operando na plataforma da Monkey, as empresas têm acesso a extração de relatórios com as informações necessárias para manter a transparência e o controle das operações de risco sacado. Além de receber total suporte do nosso time para realizar a divulgação correta em suas demonstrações financeiras.

 


 

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